Mudança climáticas, florestas e desmatamento

RELATÓRIO 4: Mudança do clima, agroecologia e as sociobioeconomias da Amazônia. Manejo sustentável e os novos modelos de produção para o desenvolvimento regional.

Com o acúmulo das atividades sobre o tema, foram registradas as proposições abaixo:

  1. Declarar emergência climática na Pan-Amazônia e construir um Plano Estratégico Regional de Ação Emergencial para a Amazônia.
  2. Adotar medidas multisetoriais e transnacionais urgentes para a preservação e o equilíbrio da floresta, evitando o ponto de não-retorno e garantir a preservação de pelo menos 80% da Amazônia até 2025, com participação das populações indígenas e povos tradicionais.
  3. Construir um plano de eliminação do desmatamento ilegal, degradação e contaminação até 2025, e de um plano similar para o desmatamento legal até 2027.
  4. Recuperar as florestas degradadas com sistemas agroflorestais, com predominância de espécies amazônicas.
  5. Investir na restauração florestal (biocultural) considerado seus agentes sociais no território.
  6. Promover integração e sinergia entre as unidades de conservação existentes.
  7. Desenvolver acordos de cooperação e ações transfronteiriças de combate às práticas predatórias que contribuem para a expansão dos incêndios, do desmatamento e da contaminação.
  8. Combater os crimes ambientais, incluindo aqueles relacionados à grilagem de carbono, de terras, à mineração e à exploração de petróleo degradantes, socialmente e ambientalmente.
  9. Combater as organizações que cometem crimes na Amazônia.
  10. Implementar um plano de mitigação de mudanças climáticas no âmbito da OTCA e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 e em 60% até 2035.
  11. Implementar a regulação do mercado de carbono.
  12. Conceber políticas públicas relativas à mudança climática envolvendo as periferias das cidades da Amazônia, em especial focadas na melhoria da qualidade ambiental urbana.
  13. Ordenar o território com base nos ciclos e fluxos de água, nos espaços urbanos e na floresta.
  14. Promover a efetiva transição energética e garantir energia limpa acessível a todos, substituindo recursos e processos baseados em combustíveis fósseis por processos e produtos biológicos.
  15. Investir na inovação tecnológica na área de bioinsumos, biofertilizantes e biopesticidas.
  16. Conceber um plano de transição ecológica que inclua, em sua concepção, grupos sociais distintos, sobretudo aqueles em situação vulnerabilidade socioeconômica, como beneficiários.
  17. Implementar, em cumprimento à Convenção n° 169 da OIT, a consulta prévia, livre e informada (CPLI) às comunidades, em face à pretensão de instalação de projetos em territórios Amazônicos (“Nada sobre nós sem nós”).
  18. Demarcar territórios indígenas, quilombolas e consolidar áreas protegidas.
  19. Construir novos paradigmas de desenvolvimento, pautados em formatos criativos de sociobioeconomia e sistemas agroalimentares territorializados, democráticos, sustentáveis e justos.
  20. Fomentar a economia indígena, quilombola e de outras comunidades e povos tradicionais como uma alternativa sustentável, que permita produzir e comercializar produtos da sociobiodiversidade, conforme seus conhecimentos ancestrais.
  21. Promover uma economia do cuidado, baseada nos conhecimentos multiculturais amazônicos e no protagonismo feminino nos territórios.
  22. Melhorar a qualidade de vida das mulheres por meio de financiamento de seus bionegócios.
  23. Estabelecer tributação de bens e serviços que garanta a justiça ambiental e social.
  24. Fomentar cadeias de valor verdes.
  25. Criar um selo amazônico, por meio da OTCA, com o objetivo de atestar a produção sustentável de produtos agropecuários, de mineração, bionegócios e energéticos para exportação.
  26. Investir recursos nas instituições de ensino e pesquisa da região Pan-Amazônica.
  27. Consolidar/investir em um centro de investigação público Pan-Amazônico sobre adaptação à mudança climática e gerar alternativas que regenerem a floresta.
  28. Investir em mobilidades nacionais e transfronteiriças dos jovens, no âmbito acadêmico, para que eles possam conhecer a diversidade dos territórios amazônicos e promover intercâmbios de conhecimento.
  29. Fortalecer estruturas de estações meteorológicas para medir as variações climáticas.
  30. Construir sistemas de informação por satélite articulados e plataformas colaborativas envolvendo múltiplos governos e comunidades locais dos mais distintos países.
  31. Garantir o cumprimento do Acordo de Escazú e do Acordo de Paris da COP-2.
  32. Atender às recomendações da Primeira Cúpula Ministerial da América Latina e Caribe para uma tributação global, inclusiva, sustentável e equitativa, além das recomendações sobre economia elaboradas pela sociedade civil no marco da Cúpula Técnico-Científica que aconteceu em Letícia, Colômbia, do Pré-Fórum realizado em Rurrenabaque, Bolívia, e demais tratados e acordos internacionais.
  33. Apoiar a realização, em 2024, do Fórum Social Mundial de Economias Transformativas na Colômbia.

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