Subsídios para as discussões que terão lugar no X Fórum Social Panamazônico (FOSPA) e na Assembleia Mundial pela Amazônia (AMA) em Belém do Pará, entre os dias 27 e 31 de julho de 2022
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Por Luiz Marques
Departamento de História – Unicamp
(15 de Julho de 2022)
“Se eles desmatarem toda a floresta, o tempo vai mudar, o sol vai ficar muito quente, os ventos vão ficar muito quentes. Eu me preocupo com todos porque é a floresta que segura o mundo”.
Cacique caiapó Raoni Metuktire[1]
Uma canção-manifesto, “Canção para a Amazônia”, composta em 2021 por Nando Reis e Carlos Rennó e interpretada por um conjunto de músicos excepcionais, tem por refrão a mesma mensagem do cacique Raoni Metuktire, citada em epígrafe: “Salve a Amazônia. Salve-se a selva ou não se salva o mundo!”[2] Não é necessário ser cientista ou ler os relatórios do IPCC e do IPBES para entender essa verdade simples e essencial, advertida e formulada bem antes da ciência pela sabedoria indígena e pela sensibilidade artística.
Sim, se não salvarmos a floresta, não se salvará o mundo, pois é a floresta que segura o mundo. Todas as florestas, é claro, e em especial a amazônica. Contribuir para a defesa conjunta da Amazônia, de sua floresta e de suas diversas civilizações contra a coalizão de forças político-militares e corporativas da mineração, do garimpo e do sistema alimentar globalizado, que lucram com a sua ruína, tal é a motivação que suscista este texto. Por enquanto, as chances de sobrevivência da Amazônia estão diminuindo velozmente. Reverter esse processo requer medidas radicais e emergenciais, a serem tomadas em escala local, continental e global, medidas consentâneas com a extrema gravidade da situação atual. Elas serão discutidas ao final deste texto[3].
Leia aqui a proposta completa
[1] Cf. Nicole Oliveira, “Cacique Raoni: ‘É a floresta que segura o mundo. Se acabarem com tudo, não é só índio que vai sofrer’.” Arayara.org, 20/XI/2019.
[2] Veja-se “Canção pra Amazônia” e vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=yE1PENHOpDQ. Realização Greenpeace Brasil & Relicário Produções.
[3] Parte deste texto é uma reformulação de um dos capítulos do meu livro O decênio decisivo. Propostas para uma política de sobrevivência, em vias de publicação pela Editora Elefante, em coedição com a editora da Unicamp e em colaboração com a Ação Educativa e com o Coletivo 660.
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